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sexta-feira, 25 de março de 2016

Historia de Terror: o corpo seco


O "Corpo Seco" é uma assombração cuja lenda, relativamente recente, de meados do século XX, é contada em São Paulo. "Nem a terra aceita receber as pessoas que maltratam seus pais". Este foi um homem chamado Zé Maximiano, morador do município de Monteiro Lobato, região da Serra da Mantiqueira, conhecido por bater no pai e na mãe.

Quando morreu, supostamente de "morte matada" (assassinado), foi enterrado no cemitério Municipal, porém, foi rejeitado pela sepultura e passou a assombrar o local. Por este fato acharam por bem transferir o corpo para um lugar ermo e, por recomendação do padre da cidade, decidiram por uma gruta cuja entrada era delimitada por um córrego, pois, a lenda dizia que tal entidade não atravessa a água. Um amigo do defunto, Pedro Vicente, encarregou-se de fazer o transporte. O corpo foi colocado em um balaio e, ainda por recomendação do padre, Pedro levou consigo uma vara de marmelo, pois havia risco do morto se rebelar e, nesse caso, o jeito era bater-lhe com a vara. Dito e feito, o Corpo-Seco tentou agarrar o amigo a fim de matá-lo, mas foi repelido com varadas.

Diz o povo que entes como Corpo-Seco agem nas noites de sexta-feira à meia noite. Aparece na beira dos rios e açudes e se alguém aparece, pede para ser transportado para a outra margem. Em troca, promete revelar o esconderijo de um tesouro. Seja no barco ou nas costa do benfeitor, quando está no meio do curso d'água, a assombração começa a pesar e assim, afunda pequenas embarcações ou a pessoa que o carrega nas costas matando sua vítima por afogamento. Outros contam que ele fica nas estradas tocaiando os transeuntes dos quais, ao modo dos vampiros, chupa o sangue para se manter na Terra evitando, deste modo, ser tragado para os quintos dos infernos.

Há ainda relatos do Corpo-Seco nos estados do Paraná, Amazonas, Minas Gerais, em alguns países africanos de língua portuguesa, relatados por soldados brasileiros veteranos da missão UNAVEM III e na região Centro-Oeste do Brasil, principalmente.

Em Ituiutaba, Minas Gerais, há uma variação desta lenda, onde conta-se que o Corpo-Seco , depois de ser repelido pela terra várias vezes, é levado por bombeiros à uma aparente caverna em uma serra que fica ao sul do município. Dizem que quem passa à noite pela estrada de terra que margeia a "serra do Corpo-Seco ", consegue ouvir os gritos do Corpo-Seco ecoando de dentro da caverna. Nesta versão a mãe o amaldiçoa antes de morrer, por ter sido usada como cavalo pelo filho.

ATAQUE DO CORPO SECO
Passava de meia-noite, o frio, a névoa, a garoa fina e a escuridão reinava naquele trecho que acomodava o pequeno bosque que dividia alguns mistérios com o cemitério da cidade. Os pássaros noturnos cruzavam o céu negro em voos rasantes e cantos de agouros, como se estivessem ali para pronunciar quem vinha comandar aquela noite de aspecto tenebrosa.

O casarão velho e abandonado na proximidade também contribuía para o desfecho assombroso que tomava conta do lugar. Quase todas as noites alguns viciados em craque iam fazer uso de droga escondido dentro do casarão, havia muitas brigas e mortes no lugar, mas ninguém tomava providência, o poder público não tem domínio do lugar.

Aquela noite tudo parecia diferente, o escuro era mais denso, os pássaros não ficavam quietos e a lua cheia ficava encoberta com uma nuvem negra que parecia segui-la por toda noite, deixando apenas um pequeno feixe de luz chegar com dificuldade clareando o bosque e o cemitério.

Letícia mais apressada chamava todos para acelerar o passo, pois a noite não estava boa para ficar andando na rua e principalmente naquele lugar cheio de mistérios.

- Vamos logo Ana! Parece que está com os pés grudados no chão! – Diz Letícia tentando apressar Ana.

- Se a gente continuar neste ritmo vamos deixar Fabiana, Jhonatan e Fábio para trás. – Diz Ana tentando conter a pressa da amiga.

- Eles beberam muito e parece que estão nas nuvens, mas não sabem o perigo que tem este lugar e olha que ainda temos que passar lá na esquina que é o lugar mais escuro e perigoso. Muitas coisas já foram vista lá e eu não quero passar por isso. – Diz Letícia explicando o porquê de sua presa.

- Então vamos esperar um pouco aqueles três e vamos falar com eles, se não quiserem andar rápido nós vamos à frente, tudo bem. – Diz Ana tentando convencer Letícia.

- Tudo bem! Então vamos esperar aquelas ínguas. – Diz Letícia atendendo ao pedido da amiga.

Enquanto Letícia e Ana aguardavam a chegada dos amigos perceberam que o frio parecia mais intenso, a garoa caia muito lenta, como se contribuísse com o frio e a noite escura. O pequeno feixe de luz da lua em nada contribuía, então a noite ali parecia mais tenebrosa e perigosa.

Em um olhar criterioso Ana percebeu que algumas árvores do bosque estavam secas ou secando gradativamente, isto a intrigou, pois tinha passado por ali há alguns dias e não tinha percebido que estavam morrendo.

Letícia percebeu também e comentou um fato que tinha ocorrido na região que acabou por deixar as duas em pavor.

- Ana você lembra-se do maluco que morreu esta semana, ele espancava a mãe e batia no pai quase todos os dias e coincidentemente estas árvores começaram a morrer após sua morte, não é estranho! – Diz Letícia alertando Ana sobre o fato ocorrido na semana.

- É muito estranho, parece até que o sangue do maluco veio do cemitério e contaminou estas árvores! – Diz Ana concordando com Letícia.

- É mesmo, este bosque já não é o mesmo? – Diz Letícia com os olhos esbugalhados de medo.

Um pássaro noturno rasga o céu escuro fazendo um barulho assustador chamando a atenção de Letícia e Ana que por alguns segundos ficam paradas sem saber o que fazer. Seus amigos ainda estão longe e isto as deixa em pavor.

Quando Letícia e Ana voltam a si depois do susto, uma olha para a outra e ficam paradas por um tempo. Um vulto negro de um homem começa a sair de trás do uma árvore seca e se coloca entre as duas e seus amigos que ficaram para trás.

O vulto negro começa a andar em direção de Ana e Letícia bem devagar. Quando as duas percebem o vulto vindo começam a gritar sem parar de tanto medo.

Tentam fugir, mas as pernas não obedecem se abraçam desesperadas enquanto o aspecto se aproxima bem vagarosamente.

O vulto agora está mais visível e um pequeno feixe de luz da lua revela sua aparência assustadora. Letícia segura Ana pelo braço tentando puxá-la. Ana se desespera e cai. O corpo que é revelado pela a fraca luz tem aparência de um zumbi ou é alguém muito sujo e com fedor de podre que se aproxima.

Ana e Letícia no desespero tentam fugir, mas parece que não conseguem sair do lugar. O corpo se aproxima e Letícia o vê com clareza, assustada grita para Ana:

- Ana você não vai acreditar? É o corpo do louco que batia na mãe? – Diz com os olhos arregalados e em pavor.

- Não pode ser já tem uma semana que ele morreu como pode ser ele? – Diz Ana se arrepiando de medo.

- Pois pode acreditar, é ele mesmo e está com o corpo-seco e morto-vivo. – Diz Letícia convicta de sua observação.

- Como vamos escapar? O que vamos fazer? – Diz Ana choramingando.

- Parece que ele é lento, se prepare para correr, não olhe para trás. – Diz Letícia orientando Ana.

Quando estavam preparadas para correr ouviram um grito de Jhonatan que partia para cima do Corpo-Seco tentando golpeá-lo com um pedaço de pau.

O pedaço de pau quebrou-se no golpe não causando qualquer efeito. Jhonatan continuou tentando atacar o vulto negro até conseguir com que ele recue um pouco, aproveitando a situação Ana e Letícia consegue sair de perto e se juntar a Fabiana e Fábio.

A luta continua enquanto os outros observam. Sem mais nem menos quando percebem Jhonatan está dominado pelo Corpo-Seco que o agarra e encostando-o a si sugando todo seu sangue deixando-o seco. O aspecto após sugar o sangue e a vida de Jhontan o joga-o chão com se tivesse descartando a casca de uma fruta qualquer.

O corpo de Jhonatan fica estendido no chão sem vida enquanto o Corpo-Seco observa vagarosamente quem será a próxima vítima. Fábio fica na frente das amigas para protegê-las enquanto Corpo-Seco se aproxima bem devagar.

Fábio orienta Ana, Letícia e Fabiana a fugirem enquanto ele enfrenta o morto-vivo fedorento.

- Enquanto eu enfrento o Corpo-Seco, vocês fogem e pedem ajuda! – Diz Fábio orientando as amigas.

- Eu não vou deixar você aqui só para enfrentar este zumbi! – Diz Fabiana tentando ajudar Fábio que se esquiva do ataque de Corpo-Seco.

- Vão sejam rápidas! Tentem procurar ajuda, procurem a polícia! – Diz Fábio procurando um pedaço de pau para se defender do Corpo-Seco.

Ana e Letícia fogem em correria pela rua gritando e tentando buscar ajuda para salvar Fábio daquele ser monstruoso e morto-vivo. Fabiana tentando ajudar Fábio desfere um golpe com um pedaço de pau na cabeça do Corpo-Seco que cambaleia, mas se equilibra de novo se voltando para sua direção tentando lhe agarrar.

A noite tenebrosa parece mais escura revelando uma sexta feira de lua cheia que fica por todo tempo encoberta como se quisesse esconder alguma coisa ou ser cúmplice da maldade daquele ser morto-vivo horrível que tentava ceifar a vida de jovens que atravessava o bosque em direção a suas casas.

A luta continua e Fábio já não tem a mesma força e agilidade do início da luta. Fabiana tentar golpear o Corpo-Seco, mas não consegue o ataque com êxito.

A luta se arrasta pela noite sem que apareça alguém para ajudar os dois jovens que tentam sobreviver em uma luta desigual com um morto vivo.

Fábio após uma luta intensa não resiste e Corpo-Seco suga seu sangue até que morra nos braços de Fabiana que tenta fugir, mas é arrastada por seu algoz até o cemitério escuro e tenebroso.

Ana e Letícia chegam com ajuda policial que acaba não encontrando nada no local e faz busca no bosque, no cemitério sem nada encontrar.

No casarão velho abandonado ao lado, um corpo é arrastado entre meio os destroços empoeirados como se fosse um pedaço de carne sendo oferecido aos cães do inferno que habitam o lugar.

Corpo-Seco foi rejeitado por onde passou. Por sua crueldade sua alma foi mandada de volta do céu após sua morte em razão de sua maldade com sua mãe e pai. Chegando ao inferno o diabo após uma consulta com as mais cruéis das almas penadas chegou à conclusão que nem o inferno poderia aceitar aquela alma maldita mandando-a de volta a terra que também o rejeitou expelindo-o em estado de putrefação para que fosse ressecado pelo sol e viver como um morto vivo vagando pelos quatros cantos do mundo sem paz.
Em noites de lua cheia com tempo ruim e tenebroso Corpo-Seco sai do casarão e circula pelo bosque em volta do cemitério em busca de jovens aventureiros para encharcar seu corpo com sangue e se manter vivo na terra.

Cuidado ao passar por um lugar escuro em noite de lua cheia com céu encoberto observe o local se você encontrar árvores secas e perceber que a noite está mais escura que o normal corra ou ele vai te pegar...

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