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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Conto de Lobisomem

Bom tarde, bom dia ou boa noite. Prazer meu nome é Elder, moro no interior da Bahia, em uma cidade chama Entre Rios. O que eu vou relatar aqui não é fictício, pois aconteceu de verdade.
Bom, vamos lá. Eu estou casado à 1 ano e meio. Minha esposa morava em uma roça perto da minha cidade, pois seus pais eram da zona rural um lugarzinho chamado Citiu do meio e eu sempre que podia ou saia cedo do trabalho ia de bicicleta para a casa de minha esposa (que na época era namorada). Sempre que eu ia no período da tarde, por volta das 17:30 pois estava claro, era quaresma e sempre minha sogra contava histórias de lobisomem.  Segundo ela havia um rapaz que carrega essa maldição. Toda quaresma ele se transforma em um monstro, ficava de quatro, todo peludo e com o corpo cheio de pelos claro. Eu não acreditava nessas histórias até que em uma noite de sexta-feira, sai do trabalho mais tarde que de costume, pois no sábado não trabalhava. Fui para a casa de minha namorada, até então estava tudo bem. A lua bem cheia clareava a estrada mais que minha lanterna. Sempre a noite quando ia para a casa de minha namorada levava um revólver, uma pistola calibre 765 com um pente carregado e dois reservas na mochila, minha arma na cintura. Ia tudo em paz quando de repente, à uns 50 metros vejo alguma coisa atravessar a pista. Com a claridade deu para ver que era grande. Eu me assustei e quase cai da bicicleta. Ainda faltavam uns 100 metros para a casa de minha namorada, então comecei a pedalar mais forte. Já estava bem perto da casa quando olho para trás, vejo uma coisa grande e peluda. Pulei da bicicleta ainda em movimento, a coisa pulou em minha direção. Eu cai no chão de costas para a terra, puxei minha pistola e apertei o gatilho. Como minha arma é automática, ela foi saindo bala por bala. Olhe amigos não sei se acertei, mas sei do grito horrível. Eu nem vi para onde a coisa foi, eu levantei e sai correndo o mais rápido que eu consegui. Minha namorada abriu a porta com meus gritos. Naquela noite não consegui dormir. Depois desse dia só ia para a casa da minha namorada durante o dia

A Hora do Lobisomem

                                                                                                                                                                 A escuridão já era dominante, apenas a lua cheia emitia seus raios de prata quando seu Luiz começou a fechar portas e janelas de sua pequena casa reforçando com travas transversais de madeira de lei, ouvia-se o barulho de cada janela ou porta que era fechada e conferida, parecia que o medo rondava ou seu Luiz se preparava para algo desconhecido. A noite se aprofundava e tudo ficava silencioso como se nada estivesse fora do normal. Ao se aproximar da meia-noite os cachorros começaram a rosnar, uivar e andar em volta da casa como se estivesse com medo, uns arranhava a porta e outro grunhia como se o medo o dominasse. Seu Luiz procurou o canto mais seguro da casa, acomodou a mulher e seus dez filhos, colocou sua espingarda a seu lado, conferiu se sua faca banhada de prata estava na bainha e sentou em um tamborete com as costas na parede. De longe já se ouvia o latido dos cachorros da vizinhança, cada minuto que passava os latidos ficava mais próximo, a sensação era como se viesse uma tempestade com ventos fortes numa noite negra.

Os cachorros estavam cada vez mais inquietos e cada vez se aproximava os outros cães em perseguição de algo desconhecido, ouviam-se latidos de diversas formas como se todos os cachorros de todas as raças estivessem nesta perseguição infindável.

Seu Luiz começou a observar por um pequeno buraco que cabia o cano de sua espingarda toda movimentação nos pequenos feixes de luz da lua, já se preparando para o pior... Os cães rosnando e preparados para acompanhar os outros na perseguição já estavam na porteira que ficava na beira da estrada enquanto seu Luiz ajeitava sua espingarda meio sem jeito, como se fosse caçador de primeira viaje, mas na verdade era o medo que tomava conta de seu corpo que não parava de tremer.

Agora os latidos estavam perto da porteira, pelos feixes de luz dava para ver que a bagaceira era grande, a poeira subia e os cachorros corriam de um lado para outro como se estivessem pegando ou mordendo algo, em meio aquela briga todos latiam, todos mordiam e nada morria, nada sangrava.

Seu Luiz não conseguia ver nada em meio aquele fuzuê, quando algo começou a arranhar sua porta, começando a arrancar pedaços...

Cada arranhada tirava um pedaço e a mordida era tão forte que mesmo a porta sendo de madeira de lei parecia papelão...

Seu Luiz preparou a espingarda e apontou para a boca de dentes grandes que mordia sua porta e disparou...

O tiro preparado com chumbo grosso o ensurdeceu e a fumaça da pólvora embaçou seus olhos, seu Luiz nada via e o medo lhe rondou dominado seu corpo que ficou paralisado por uns instantes até que se lembrou da faca banhada de prata em sua cintura preparada para algo que desconhecia, mas ouvia falar em estória passada de geração para geração.

Em um momento de desespero e medo seu Luiz empunhou a faca com firmeza e partiu para o ataque, deu a primeira facada que chegou a sair faísca, quando deu a segunda facada ouviu um grito ensurdecedor e um esturro de uma fera ferida em fuga ou cercado, sem saída, quase abatida...

Neste momento o fuzuê começou e ficou maior que o inicio, era cachorro por todos os lados, grito, grunhido, urros, uivos e latidos, começando corrida de novo rumo à estrada e todos os cachorros saíram em perseguição, pelos pequenos feixes de luz da lua dava para ver a poeira que se formava atrás de algo que todos comentavam na região como “A Hora do Lobisomem”...

Os latidos foram diminuindo a cada minuto em razão da distância que o ser desconhecido era  perseguido pelos cachorros, seu Luiz conferiu se sua família estava bem e fez o sinal da cruz como se agradecesse a intervenção divina em sua luta na defesa de sua família contra algo que ouvia falar, mas nunca tinha visto de tão perto.

Aquele dia ficou como exemplo que seu Luiz passou a todos que acreditava no homem que se transformava em fera, sempre repetindo você que tem fé e coragem saberá à hora de fechar as portas e reforçar as janelas por que o medo ronda sua casa no dia de lua cheia e o lobisomem podem aparecer e atormentar sua família.